Este artigo abordará Margaret Mead, tema de grande relevância na atualidade que tem gerado amplo debate e questionamentos em diversas áreas. Para proporcionar uma visão ampla e enriquecedora deste tema, serão analisados vários aspectos que nos permitirão compreender a sua importância e impacto na sociedade. Através da informação apresentada pretende-se gerar uma análise crítica e reflexiva que contribua para o enriquecimento do conhecimento sobre Margaret Mead e estimule a reflexão sobre o seu impacto na realidade atual.
Margaret Mead | |
---|---|
Margaret Mead em 1948 | |
Nascimento | 16 de dezembro de 1901 Filadélfia |
Morte | 15 de novembro de 1978 (76 anos) Nova Iorque |
Prêmios | Medalha Presidencial da Liberdade (1979) |
Margaret Mead (Filadélfia, 16 de dezembro de 1901 — Nova Iorque, 15 de novembro de 1978) foi uma antropóloga cultural norte-americana.
Nasceu na Pensilvânia, criada na localidade de Doylestown por um pai professor universitário e uma mãe activista social. Graduou-se no Barnard College em 1923 e fez doutorado na Universidade de Columbia em 1929. Em 1925, ficou conhecida pelo trabalho de campo na Polinésia. Em 1926, colaborou no Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, como assistente do diretor, e depois como diretora de etnologia (de 1946 a 1969). Durante a Segunda Guerra Mundial, foi secretária executiva do comité de hábitos alimentares do Conselho Nacional de Investigação.
Entre os anos de 1946 e 1953 Margaret Mead integrou o grupo reunido sob o nome de Macy Conferences, contribuindo para a consolidação da teoria cibernética ao lado de outros cientistas renomados: Arturo Rosenblueth, Gregory Bateson, Heinz von Foerster, John von Neumann, Julian Bigelow, Kurt Lewin, Lawrence Kubie, Lawrence K. Frank, Leonard J. Savage, Molly Harrower, Norbert Wiener, Paul Lazarsfeld, Ralph W. Gerard, Walter Pitts, Warren McCulloch e William Ross Ashby; além de Claude Shannon, Erik Erikson e Max Delbrück.
Desde 1954 trabalhou como professora adjunta da Universidade de Columbia. Seguindo o exemplo da instrutora e amante Ruth Benedict, concentrou os estudos em problemas de criança infantil, personalidade e cultura.
Há desacordo com certas conclusões do primeiro livro, Adolescência, Sexo e Cultura em Samoa (1928), baseado em investigações feitas como estudante pré-graduada; e em trabalhos publicados posteriormente, baseados no tempo que passou na Papua-Nova Guiné, como pessoa letrada pelas culturas descreveu ter posto em causa algumas das observações. Todavia, a posição como antropóloga pioneira — uma que escreveu de forma suficientemente clara e vívida para que o público em geral lesse e aprendesse com os trabalhos — permanece firme.
Margaret Mead foi casada três vezes, primeiro com Luther Cressman e depois com dois colegas antropólogos, Reo Fortune e Gregory Bateson. De Bateson teve uma filha, também antropóloga, Mary Catherine Bateson. A neta, Sevanne Margaret Kassarjian, é actriz de teatro e televisão e trabalha profissionalmente sob o nome artístico de Sevanne Martin.
No prólogo deste livro, o mentor de Margaret Mead, Franz Boas, escreveu acerca da importância que:
Franz Boas quis realçar que, no momento da publicação, muitos americanos haviam começado a discutir os problemas enfrentados pelos jovens (especialmente as mulheres) quando passam pela adolescência como "períodos inevitáveis de ajustamento". Boas sentia que um estudo dos problemas enfrentados pelos adolescentes numa outra cultura seria esclarecedor.
Por outro lado, a mesma Margaret Mead descreveu o objectivo da investigação da seguinte maneira: "Tratei de dar resposta à questão que me enviou a Samoa: Os distúrbios que angustiam os nossos adolescentes devem-se à natureza própria da adolescência ou à civilização? Sob diferentes condições a adolescência apresenta diferentes circunstâncias?" Chegou à conclusão de que assim era.
Mead conduziu estudo entre um pequeno grupo de samoanos, numa aldeia de 600 pessoas na ilha de Tau — na qual se familiarizou, viveu, observou e entrevistou (através de um intérprete) 68 mulheres jovens entre os 9 e os 20 anos.
Concluiu que a passagem da infância à adolescência na Samoa era uma transição suave e não estava marcada pelas angústias emocionais ou psicológicas, e a ansiedade e confusão observadas nos Estados Unidos.
Como Boas e Mead esperavam, este livro indispôs os ânimos de muitos ocidentais quando apareceu pela primeira vez, em 1928. Muitos leitores americanos ficaram em choque pela observação de que as jovens mulheres samoanas adiavam o casamento por muitos anos enquanto desfrutavam do sexo ocasional, mas que, uma vez casadas, assentavam e criavam com êxito os próprios filhos.
Em 1983, cinco anos depois da morte de Mead, John Derek Freeman publicou Margaret Mead e Samoa: a construção e destruição de um mito antropológico, onde punha em causa os principais achados de Mead. Freeman baseou a crítica nos quatro anos de trabalho de campo em Samoa e em entrevistas recentes com informantes sobreviventes da época de Mead. O argumento dependia do lugar do sistema taupou na sociedade samoana. Segundo Mead, o sistema taupou consistia numa virgindade institucionalizada, exclusivamente, para as mulheres jovens de alto estatuto social. Segundo Freeman, todas as mulheres samoanas seguiam o sistema taupou e as informantes de Mead entrevistadas negaram ter estado envolvidas em sexo ocasional quando eram jovens e declararam ter mentido a Margaret Mead.
Após uma acesa discussão inicial, alguns antropólogos tentaram defender a teoria de Margaret, pois acharam a crítica de Freeman altamente questionável.
Em primeiro lugar, especularam acerca do facto de que Freeman tivesse esperado que Margaret Mead morresse para publicar a crítica de forma a que ela não pudesse responder.
Por outro lado, inventaram que as informantes originais de Mead eram, então, mulheres idosas, avós e se tinham convertido ao cristianismo. Para convencer de suas ideias, afirmaram que a cultura samoana havia mudado consideravelmente nas décadas seguintes à investigação original de Mead e que, depois da intensa actividade missionária, muitos samoanos haviam adoptado exactamente os mesmos padrões sexuais dos americanos que tinham anteriormente ficado tão chocados com o livro de Mead. Sugeriram que, como mulheres nesse novo contexto, era inaceitável falar francamente acerca do comportamento adolescente (note-se também que uma das entrevistadas de Freeman deu a nova fé como razão para admitir a o erro do passado). Finalmente, sugeriram que aquelas mulheres não seriam tão francas e honestas acerca da sexualidade quando falavam com um homem entrado em anos, como haveriam sido ao falar com uma mulher jovem.
No entanto,os dados de Freeman comprovam suas conclusões: em uma aldeia samoana do oeste documentou que apenas 20% das mulheres de 15 anos, 30% das de 16 e 40% das de 17 se haviam envolvido em sexo prematrimonial. Mesmo assim, em 1983, a Associação Americana de Antropologia emitiu uma moção declarando o livro de Freeman, Margaret Mead e Samoa, como "mal escrito, pouco científico, irresponsável e enganoso", embora nos anos seguintes, antropólogos debateram vigorosamente esses problemas mas, no fim, apoiaram a crítica a Freeman.
Freeman continuou argumentando o caso na publicação de 1999 A fatídica fraude de Margaret Mead: uma análise histórica da investigação samoana.
Outro livro extremamente influente de Mead foi Sexo e Temperamento em Três Sociedades Primitivas. Este converteu-se na principal pedra angular do movimento de libertação feminina, desde que assegurou que as mulheres eram as que dominavam na tribo Tchambuli (agora Chambri) de Papua-Nova Guiné (no Pacífico Oeste) sem causar nenhum problema em especial. A carência de dominação masculina poderá ter sido o resultado da proibição da guerra por parte da administração australiana. De acordo com investigações contemporâneas, os homens dominam em toda a Melanésia (embora alguns creiam que as bruxas têm poderes especiais). Outros discutiram que, todavia, há grande diversidade cultural ao longo da Melanésia e, especialmente, na grande ilha da Nova Guiné. Por outro lado, os antropólogos frequentemente não entendem a importância das redes de influência política entre as mulheres. As instituições de domínio masculino formal, típicas de algumas áreas de alta densidade populacional, não estavam presentes da mesma forma, por exemplo, em Oksapmin (província do oeste de Sepik), uma área de população mais escassa. Os padrões culturais ali eram diferentes, digamos, dos de Mt. Hagen. Eles eram mais próximos àqueles descritos por Mead.
Mead indicou que a gente de Arapesh era pacifista, embora notasse que, eventualmente, guerreavam. Por outro lado, as suas observações acerca da forma de compartir as parcelas entre os Arapesh, o ênfase igualitário na criança infantil e as relações predominantemente pacíficas mantidas entre parentes, eram muito diferentes às exibições de domínio de "grande homem" que estavam documentadas em culturas mais estratificadas de Nova Guiné, por exemplo, por Andrew Strathern. Estas observações implicavam, realmente, como ela escreveu, um padrão cultural.
Quando Margaret Mead descreveu a sua investigação aos estudantes na Universidade de Columbia, expôs sucintamente quais haviam sido os objectivos e conclusões. Um relato de primeira mão de um antropólogo que estudou com Mead nos anos 1960 e anos 1970, forneceu a seguinte informação: