No artigo Estação Ferroviária de Tunes abordaremos um tema relevante que tem gerado grande interesse na sociedade contemporânea. Com uma abordagem multidisciplinar, estudaremos diferentes aspectos relacionados com Estação Ferroviária de Tunes, analisando o seu impacto em diferentes áreas. Nessa linha, exploraremos as diversas perspectivas que existem em torno de Estação Ferroviária de Tunes, proporcionando novas reflexões e enriquecendo o debate em torno deste tema. Além disso, focaremos nos aspectos históricos, culturais, sociais e científicos, com o objetivo de oferecer uma visão abrangente sobre Estação Ferroviária de Tunes e sua relevância hoje.
Tunes
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placa da estação de Tunes, em 2015 | ||||||||||||||||||||
Identificação: | 78006 TUN (Tunes) | |||||||||||||||||||
Denominação: | Estação de Concentração de Tunes | |||||||||||||||||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (sul) | |||||||||||||||||||
Classificação: | EC (estação de concentração) | |||||||||||||||||||
Tipologia: | C | |||||||||||||||||||
Linha(s): |
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Altitude: | 65 m (a.n.m) | |||||||||||||||||||
Coordenadas: | 37°9′53.91″N × 8°15′23.07″W (=+37.16498;−8.25641) | |||||||||||||||||||
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Município: | Silves | |||||||||||||||||||
Serviços: | ||||||||||||||||||||
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Conexões: | ||||||||||||||||||||
Equipamentos: | ||||||||||||||||||||
Endereço: | Largo 1.º de Dezembro, s/n PT-8365-235 Tunes SLV | |||||||||||||||||||
Website: |
A Estação Ferroviária de Tunes é uma interface da Linha do Algarve, que funciona como ponto de entroncamento com a Linha do Sul, e serve a localidade de Tunes, no distrito de Faro, em Portugal.
Esta interface situa-se junto ao Largo 1.º de Dezembro, na localidade de Tunes, na freguesia de Algoz e Tunes. O edifício de passageiros situa-se do lado sudoeste da via (lado direito do sentido descendente, para V.R.S.A.).
HeráldicaNo brasão da Junta de Freguesia de Tunes, extinta em 2013, esta estação estava simbolizada por uma locomotiva a vapor. |
Esta interface apresenta cinco vias de circulação (numeradas consecutivamente de I a V) com extensões variando entre 185 e 398 m, quatro delas acessíveis por plataformas (todas exceto a IV), uma (da via V) com apenas 80 m de comprimento e 65 cm de altura e as restantes três com 300 m de comprimento e 90 cm de altura; existem ainda três via secundárias (VI a VIII) com comprimentos entre 70 e 220 m; não estão eletrificadas as vias V e VII, e apenas o estão parcialmente as restantes vias secundárias.
A informação aos passageiros, em 2005, era feita na própria estação, mas em 2007 já era realizada a partir de Faro.
Nesta estação a Linha do Sul entronca na Linha do Algarve no lado esquerdo do seu enfiamento descendente, bifurcando-se a via para noroeste e possibilitando percusos diretos Faro-Funcheira e Faro-Lagos, enquanto que o percurso Lagos-Funcheira tem de infletir aqui. Fruto desse entroncamento, esta estação é um ponto de câmbio nas características da via férrea e do seu uso:
característica | Sul | Algarve desc. | Algarve asc. | |||
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eletrificação | Funcheira | 25 kV ~ 50 Hz | Faro | 25 kV ~ 50 Hz | Lagos | — |
comunicações | Funcheira | rádio | V.R.S.A. | GSM-R | Lagos | GSM-R |
compr. máx. | Ermidas-Sado | 490 m | Faro | 395 m | Lagos | — |
contorno | Funcheira | PT b+ (CPb+) | Faro | PT b+ (CPb+) | Lagos | PT b (CPb) |
carga máx. | Funcheira | D4 | Tavira | D4 | Lagos | B2 |
Em Tunes a quilometragem da Linha do Algarve atinge o seu mínimo: PK 301+889 (valor contado com o zero no Barreiro, no seguimento da quilometragem da Linha do Sul), tendo ambos os seus segmentos quilometragem crescente a partir deste valor, tanto para nascente (início do segmento 452, com término após V.R.S.A., ao PK 396+468), como para poente (início do segmento 451, com término em Lagos, ao PK 347+210) — esta situação invulgar é fruto das mudanças de designação e consistório das linhas do Sul e do Algarve ao longo das suas histórias (q.v.).
Situa-se junto a esta estação a substação de tração de Tunes, de serviço simples e contratada à I.P., que assegura aqui a eletrificação de partes das linhas do Linha do Sul e do Linha do Algarve, entre a zona neutra de São Marcos da Serra e o término do troço eletrificado, em Faro.
Em dados de 2023, esta interface é servida por comboios de passageiros da C.P. de tipo regional tipicamente com nove circulações diárias em cada sentido entre Lagos e Faro, de tipo intercidades com três circulações diárias em cada sentido entre Lisboa - Santa Apolónia e Faro, e de tipo Alfa Pendular com duas circulações diárias em cada sentido entre Porto-Campanhã e Faro.
Desde 1858 que se discutiu como continuar o Caminho de Ferro do Sul, que na altura terminava em Beja, até Faro; no entanto, só em 21 de Abril de 1864 é que foi assinado um contrato entre o governo e a Companhia dos Caminhos de Ferro de Sul e Sueste, a contratar a construção da ligação ferroviária entre Beja e o Algarve. Em 25 de Janeiro de 1866, uma carta de lei estabeleceu que a linha deveria estar concluída até 1 de Janeiro de 1869, e terminar em Faro. O governo abriu concurso para a construção deste caminho de ferro a 26 de Janeiro de 1876.
Nos finais de 1876, a via entre Faro e São Bartolomeu de Messines encontrava-se totalmente assente. A 1 de Julho de 1889, foi aberto à exploração o troço entre Faro e Amoreiras.
Em 10 de Agosto de 1897, foi apresentado um projecto de lei para a construção de vários caminhos de ferro, incluindo um de Tunes a Portimão e Lagos. Em 11 de Novembro do mesmo ano, o Conselho Superior de Obras Públicas e Minas aprovou o projecto para o troço até Portimão.
Nos princípios de 1899, foi realizado um inquérito administrativo, para a apreciação do público sobre os projectos ferroviários dos Planos das Redes Complementares ao Norte do Mondego e Sul do Tejo; entre os projectos, estava o ramal de Tunes a Lagos, que já se encontrava em construção. A primeira secção deste ramal, até Algoz, entrou ao serviço em 10 de Outubro desse ano. O comboio inaugural, constituído pela locomotiva n.º 14, um furgão e carruagens de passageiros, saiu de Tunes às 5 horas e 15 minutos da manhã, e chegou a Algoz cerca de um quarto de hora depois.
Originalmente, não existia a concordância entre o Ramal de Lagos e a Linha do Sul, pelo que os comboios com destino ou origem no sentido de Lisboa tinham de fazer inversão de marcha na estação. Esta foi mais tarde construída,[quando?] para obviar a esta limitação — o seu desmantelamento na década de 1990[quando?] e alienação do terreno por onde passava voltaria a impossiblitar circulações diretas entre Lagos e a Linha do Sul).
Em Setembro de 1926, o Ministério do Comércio publicou uma portaria, ordenando a compra de um terreno anexo à estação, de forma a construir casas para os funcionários da Companhia dos Caminhos de Ferro de Sul e Sueste. Em Dezembro do mesmo ano, o governo autorizou a Companhia a adquirir outro terreno, para expandir a estação e construir habitações para o pessoal. Em 11 de Maio de 1927, a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses passou a explorar as redes do Sul e Sueste e Minho e Douro, que até então faziam parte dos Caminhos de Ferro do Estado. Em 1929, Brito Camacho fez uma viagem de comboio entre Tunes e Portimão.
A estação de Tunes foi ligada à rede rodoviária nacional na primeira metade da década de 1930. Em finais de 1933, a Comissão Administrativa do Fundo Especial de Caminhos de Ferro aprovou a instalação de um reservatório de 100 m³ em Tunes.
Um diploma publicado no Diário do Governo n.º 106, II Série, de 8 de Maio de 1940, aprovou o projecto para a ampliação e deslocação do cais do carvão na estação de Tunes Em 1 de Novembro de 1954, a Companhia iniciou os serviços de automotoras entre Lagos e Vila Real de Santo António, sendo inicialmente feitas oito circulações diárias, incluindo uma em cada sentido entre Lagos e Tunes.
Em 4 de Junho de 1969, o Conselho de Administração da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses aprovou a criação de comboios especiais, no regime de excursão, para tentar combater a concorrência do transporte rodoviário.
Em 1990, foi realizado o concurso para o projecto SISSUL - Sistemas integrados de sinalização do Sul, que previa a modernização dos sistemas de sinalização nas estações e plena via nos troços do chamado Itinerário do Carvão, de Ermidas-Sado até à Central do Pego; em 1996, previa-se que este sistema seria prolongado até Faro, incluindo Tunes.
Em 2003, a Rede Ferroviária Nacional inaugurou a Estação de Concentração de Sinalização de Tunes.
Entre os dias 27 e 30 de Maio de 2006, a Junta de Freguesia de Tunes acolheu uma exposição sobre os caminhos de ferro, tendo estado exposta uma maqueta da estação de Tunes, na época entre os anos 60 e 70.
Em Maio de 2009, um jovem de 26 anos foi detido pela Guarda Nacional Republicana nesta estação, devido à posse de heroína e cocaína.
Em 2005, esta interface tinha a classificação C da Rede Ferroviária Nacional (classificação que manteria em 2011). Nesse ano, mantendo a configuração das décadas anteriores, contava com cinco vias de circulação e encontrava-se habilitada para a realização de manobras de material circulante. Em 2007, as extensões das vias, eram, correspondentemente, de 242, 272, 375, 393 e 180 m, tendo as quatro plataformas 306, 300, 300 e 90 m de comprimento. Em 2011, as linhas já tinham sido alteradas, passando a apresentar 278, 292, 369, 401 e 181 m de comprimento; as plataformas tinham 300 a 90 metros de extensão, e 65 a 30 cm de altura — valores mais tarde[quando?] ampliados para os atuais.
Em 2022, previa-se para 2024 conclusão da eletrificação total da Linha do Algarve, projeto anunciado ainda na década anterior.