No mundo contemporâneo, Deus das lacunas ocupa um lugar central na nossa sociedade. A sua influência estende-se a todas as áreas da vida, desde a política à cultura popular, passando pela tecnologia e pela economia. Este artigo irá explorar em profundidade o impacto e a relevância de Deus das lacunas, analisando as suas implicações e consequências para o mundo em que vivemos. Através de uma abordagem multidisciplinar, procuraremos compreender de forma abrangente este fenómeno e as suas ramificações, com o objetivo de proporcionar uma visão mais completa e contextualizada de Deus das lacunas, de forma a fomentar um debate enriquecedor e construtivo.
As referências deste artigo necessitam de formatação. (Março de 2023) |
Deus das lacunas é uma falácia lógica e uma versão teológica do argumento da ignorância. Caracteriza-se por responder questões ainda sem solução com explicações, muitas vezes, sobrenaturais, que não podem ser averiguadas. Sendo sobrenaturais as respostas para as questões em aberto, provar-se-ia a existência de fatos que não podem ser entendidos pelo homem. Nessa falácia, ignora-se a realidade e apela-se para uma explicação irracional.
O termo "deus das lacunas" remonta a Henry Drummond, evangelista escocês do século XIX. Ele dizia que os cristãos não podiam apontar à ciência fatos de cujas explicações ainda eram desconhecidas para tentar provar a existência de Deus. Afirmava que as explicações que estavam faltando, as lacunas, preencher-se-iam com Deus. Dizia que Deus era muito mais do que o "ocasional operador de milagres".
No século XX Dietrich Bonhoeffer expressa um conceito similar por meio de cartas que escreveu durante a sua prisão por nazistas na Segunda Guerra Mundial, cartas cuja revelação deu-se mais tarde. Bonhoeffer dizia que usar Deus para tapar a nossa incompletude de conhecimento é algo muito errado. Ele resumiu seu pensamento na frase: "vamos encontrar Deus no que nós conhecemos, não no que nós desconhecemos".
O termo ganhou amplitude quando foi usado no livro Ciência e Fé Cristã de 1955 por Charles Coulson, em que dizia que "não há 'Deus das lacunas' para assumir esses espaços em que a ciência falha e a razão é que essas lacunas diminuem de tamanho".
O termo foi usado novamente em um livro de 1971 e em um artigo de 1978 por Richard Bube. Ele elaborou o conceito de deus das lacunas de forma mais detalhada. Bube atribuiu as crises modernas da fé religiosa à diminuição do deus das lacunas com o progresso do conhecimento científico. Bube afirmou que A Origem das Espécies de Charles Darwin foi a sentença de morte ao deus das lacunas, eliminando-as quase que por completo.
O termo deus das lacunas é, por vezes, utilizado para descrever a tentativa de fazer explicações religiosas com argumentos que ainda não podem ser testados pela ciência.
Pode ser explicado pela tentativa de explicar deus com argumentos não-válidos para a ciência.